quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Quatro textos com sentido e sem inspiração.

As coisas andam meio confusas e difusas
Há quem diga que o tempo sempre coloca tudo no lugar
Quanto tempo leva para isso acontecer?
- Ansiedade


Imegir
para voar
-Lírios de águas escuras
(Inspirado na músida Dark water lilies, da Aurora)



Engraçado o poder do encontro
Você chega cheio de incertezas,
mas se coração aberto
E, então, conversa vai, conversa vem
Vai chegando na alma da pessoa

- Nessa vida, a gente realmente não controla nada.

Reclamo bastante da vida
Como encontrar sua beleza?
A vida é tão ruim quanto eu digo que é?
Serei eu quem a torna pior?
- Perspectiva
A vida é assim tão imperfeita,
ou eu que não enxergo sua beleza?

Talvez as duas coisas.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Desapego de 2016.

2016 , um ano particularmente longo e difícil se encerra. Nessa época do ano, é a época do desapego. De dar roupas que você não usa mais , de se desfazer de livros , de comprar novos , de fazer aquela faxina no quarto,  na casa , na vida.
Nisso estava pensando.  São tantas coisas entulhadas!  Aquela caixa cheia de recados antigos que guardei para ler depois , mas nunca li. Aqueles DVDs que fiquei de ver depois e se passaram quantos anos ? Dois , três,  voaram os anos,  e não revi. Só alguns haha
Aqueles papéis - de quê,  mesmo ? - anos nas gavetas. Aquele livro que nunca li. Aquele filme que nunca devolvi. Aquela roupa que nunca mais usei.
Como entulho coisas ! E olha que todo ano tem faxina !
Sou do partido que pensa " assim como são as coisas,  assim como é a mente ". Quero dizer que acredito que a forma como estão as coisas refletem , muitas vezes , quem somos , como estamos , como nos movimentamos.
Pensei em quantas coisas estavam entulhadas em mim : velhas crenças , preocupações antigas,  velhas histórias que precisam de um outro ponto de vista , antigas preocupações. Como entulho coisas em mim !
E,  diante disso , existe o desafio de chegar mais perto de si , de entender o que realmente importa , o que faz sentido,  o que é sincero .
O namorado vem dizendo que ando com cara de preocupada . Sou eu tentando não surtar com todas as coisas que acumulo  , tentando domar o sofrimento por antecipação,  a preocupação se vou usar tudo o que eu tenho antes de vencer , antes de acumular anos na estante até que o sebo não aceite mais , antes de passar muito tempo até eu perceber que já não me serve mais , que é melhor na vida de outra pessoa.
Minha preocupação já percorreu todos os meus armários e gavetas. E o trabalho continua em movimentar aquilo que está parado , em doar , revender , reaproveitar , reutilizar.  Minha preocupação segue pensando se não tenho mais do que posso usar. Em como dar espaço para o novo sem entulhar.
A preocupação segue , tentando ficar menos preocupada , tentando retornar às coisas simples e essenciais , tentando entender que as coisas precisam de tempo e que para tudo se tem um jeito.

terça-feira, 18 de outubro de 2016

Dançar conforme a música.

Achar que tudo tem que dar certo é um dos males da contemporaneidade,  dizem.
Concordo. Como uma pessoa que absorve os costumes - e mal costumes - do tempo que vive, também acreditei nisso.

As coisas não tem que dar certo.

O que é dar certo? É concretizar a nossa vontade?  É ser feliz sempre?

Sinto muito. A vida não é assim.

A vida é mais como : dá se der. Se não der , não vai dar. Conforme-se e lide com isso que dói menos.

Dançar conforme a música. Aceitar que as coisas nem sempre são como queremos.  Saber que o universo não gira ao nosso redor. E aprender , SEMPRE.

Sim, algumas pessoas são más. ..

Algumas pessoas são más. Muitas vezes, justiça deve ser feita. Algumas mentalidades podem ser mudadas, outras não.

Por outro lado, não julgo mais seu ninguém. Não tenho uma visão moralista do mundo. Realmente não posso julgar, mas as pessoas devem ser livres para decidir contando que sua ação não prejudique as liberdades de outros.

Levando em conta que liberdade de expressão inclui aceitar a diferença. Importante lembrar!

Como estar cheia de coisas para fazer e não se tornar uma?

Esses dias tenho andado cheia de coisas pra fazer... Percebi que esqueci de mim. Esqueci de me conectar comigo. Fazia tantas coisas que me tornei uma.
Aí tive que descobrir uma forma de me encontrar na minha rotina.

Percebi também que estava me doando pouco para meus projetos e para as pessoas ao meu redor. Porque quando a gente não se dá o que precisa, a gente também não se dá para os outros.

Percebi também que julgava receber ódio,  raiva e incompreensão. Posso ter projetado coisas passadas em situações presentes, coisas para terapia futuras. Então,  passei a proliferar o ódio,  a raiva e a incompreensão que julgava ser alvo. Não vi que quem espalhava isso era eu.

E no meio de todo o caos, eu chorei. E , quando chorei,  entendi. E quando entendi, mudei. Ou dei o primeiro passo. Me reencontrei e passei a planejar coisas para mim, para não me deixar de lado.

Prometo que venho tentando mudar essa percepção paranóica do mundo. Mas, em um mundo que as pessoas se magoam , como é necessário a gente se conhecer para se proteger e não sair reproduzindo o que nos afeta.



sábado, 8 de outubro de 2016

Encontro das águas

 

E, então, a música nos lembra que nada mais humano que perder, como o mar que vence o velho pescador, 
cansado de lutar contra forças maiores que ele.

O pescador para de dançar com o mar e é nocauteado
Não se pode ganhar sempre contra o mar
Assim como na vida

Nada mais universal quanto a sensação da impotência de perder
A vida leva, como o mar

Por fim, o amor, misterioso
Sempre
Para todos
Como o mar
Potente, nostálgico,
 forte, imponente
Até o fim